Shining like a diamond

Faith atendeu o telefone rapidamente antes que ele acordasse o dono da casa de veraneio que dormia feito pedra. Estava sem grana então passou por uma casa na beira do porto relativamente boa (lê-se casa cara) e Faith pensou, por que não? Mas antes que pudesse abrir – arrombar – o cofre da casa, Dakota ligou. Bufou e atendeu, com a voz controlada.
– Não tinha melhor hora?
– Não. Acabei de sair com Edgar e... – pelo tempo que se conheciam Dakota sabia que Faith arqueara a sobrancelha como se falasse: é mesmo? – Foi para fins bons: ganharmos grana. O que me diz?
– Estou ouvindo.
– Exatamente agora carregamentos de comida vindos de Chicago chegaram ao porto. Os malditos marinheiros mal sabem que um dos caixotes está cheio de diamantes.
– Você está sacaneando comigo, Dakota.
– Não faço isso com assuntos sérios, minha cara Walker. O que acha?
Faith olhou ao redor. Hesitante e mordeu o lábio.
– Estou chegando lá.
Eu realmente não estava mesmo a fim de roubar essa casa.
(...)
Os diamantes iriam recompensar, recordava-se. Faith estava preste a desistir – okay, talvez não – pelo odor horrível que emanava do porto de Gotham City. A névoa estava espessa, facilitando sua ida até o armazém. Como Dakota havia mencionado, a segurança era mínima. Dois seguranças apenas e umas poucas câmera. Como tirar doce de criança.
Andava graciosamente. A jaqueta colada ao corpo e seus cabelos negros batiam de vez em quando na katana presa em suas costas. Analisou o armazém. Havia uma escada de incêndio na lateral, como sua informante comentou, mas ela se erguia um metro e meio do chão. Faith olhou ao redor. Um guarda dobrava na esquina. Apressou-se e pulou na escada. Houve um rangido horrível.
– Ei, você! – ele gritou. Esperava não matar ninguém. Pegou sua faca e arremessou acertando em cheio a garganta dele. Ela não esperou ele se afogar no próprio sangue, sabia que o faria.
Subiu a escada e entrou por uma janela que estava quebrada. Faith pulou e aterrissou no corredor exato dos diamantes. Sorriu com desdém. Dakota como sempre estava certa. Faith se aproximou do caixote com o número 70505; iria abri-lo. Até que enfim sairia daquele apartamento minúsculo.
– Ok, isso é estranho –  falou uma voz masculina. Faith olhou para o lado e se deparou com um garoto com a idade dela, presumiu. –  Eu não conto nada se você não contar.
Ela se ajeitou, levando a mão ao cabo da katana, discretamente enquanto falava.
– Ah, não. Você não vai contar de nenhuma forma  – e retirou a katana, sorrindo torto. – Eu não quero machucar você, sério. Parece um cara legal. Mas eu preciso desses diamantes, então...

Ele tinha uma katana também, que legal! E Faith que achava que era original; bufou.
– Fazer o quê. Vamos ver se sabe brincar com isso ai – ele comentou antes de atacá-la com a katana dele.
O garoto a atingiu com a parte plana da lâmina da arma. Own pensou, ele não quer matar, que bonitinho. Só que Faith não se importava. Caiu com o impacto, viu o sorriso vitorioso estampado na cara dele. Ela observou o teto do armazém e notou que havia caixas sob ele. Sorriu.
– Tudo bem fodão. Eu me rendo. Fique com os malditos diamantes – disse, inicialmente ele estava hesitante, mas depois não fez questão de repensar. Faith se levantou e pegou uma das facas presas no cós da sua calça e atirou na base de uma das caixas fazendo-a cair na frente dele. – Ops, como são desastrada não?
Arremessou outra, atingindo uma caixa com lâmpadas e a rasgando, as lâmpadas caíram em cima do garoto, nem todas; ele desviou era rápida.
– Cuidado, Flash – falou antes de atirar uma faca contra o peito dele, sem saber o quanto o afetaria.
Agora ela que sorria vitoriosa.

Já havia se metido em diversos problemas e aquele alien com cara de gostosão não era de longe o mais difícil, mas ele a machucou e como machucou!
O Flash deixou de ser Flash e virou o professor Xavier, atirando tudo, inclusive as próprias facas de Faith contra ela. Definitivamente mutantes eram um saco. Faith conseguiu desviar muitas girando sua katana que desviava os estilhaços das lâmpadas, no entanto, muitos pedaços a acertaram. Seu braço ficou coberto de sangue, aliás, ela ficou coberta de sangue. Xingou-o e amaldiçoou qualquer que fosse o ser superior que mandou aquele x-men de meia tigela lutar com ela.
Faith estava cansada, era capaz de se deitar naquele momento no chão, mas era uma menina teimosa. Ficou de pé. Um caco de vidro atingiu abaixo do maxilar dela. Além de ficar sem grana teria que aturar uma cicatriz, seu dia estava cada vez melhor. Nota mental: matar a Dakota.
– Você é realmente sem graça, Flash. Além de me machucar chamou os vigias... – então se lembrou de que havia matado um deles. – Digo o vigia. Eu achava que só teria que matar mais você essa noite.
Infelizmente não era um vigia. Eram vários homens de terno, com armas e um carregava uma bazuca. Sim, isso não era fantasia pela hemorragia nem nada.
– Eu mereço – murmurou e correu, com uma imensa dificuldade até a caixa com os diamantes. Ele iria machucá-la, mas antes que o fizesse ela levantou as mãos em forma de rendenção. – Calma garoto. Você quer esses diamantes, não quer? – Ele não respondeu, ela sabia a resposta. – Ótimo. Pare de se achar o He-Man e me ajude aqui.
Ele falou algo parecido com: Porque eu faria isso, exatamente?
– Ajude-me e cinquenta por cento é seu – ele riu, ela fez uma careta em resposta. – Pouco para você, está abusando da minha generosidade... Sessenta por cento ou nada. – Ele ponderou, só que eles não tinham tempo .– Aqueles caras vão nos matar se não dermos o fora daqui, agora!
Ela pegou o caixote com dificuldade e só Deus sabe como aquilo era pesado, ainda mais se você está toda machucada com cacos de vidro. Ela esperou um tempo para ele ponderar. Agora o dinheiro de Faith, seu futuro, estava na mão do Flash. Que animador.